Naquela tarde nublada, o tempo parecia dizer que caminhar era a melhor escolha a ser feita. Sim, colocar uma roupa leve, sair de casa e não pensar muito sobre os afazeres ou as obrigações da semana, pelo menos por algumas horas.
Coloquei o sapato mais confortável que eu tenho, pensando em explorar um território que há meses não podia contemplar: a cidade em que vivo. Olha, aquele lugar é novo? Caramba, eu nunca tinha prestado atenção naquela esquina. Aqui não tinha um banquinho?
Foi então que, na rua, as avistei e percebi que elas haviam decidido o mesmo que eu para aquele dia. Estavam simplesmente andando por aí, conversando, deixando a cidade transbordar por entre os olhos e os passos.
Fazia tempo que eu não separava alguns minutos pra observar a cidade e prestar atenção na rua. Entre os prédios e as árvores, as inconstâncias e rachaduras do tempo-espaço, ainda havia tanto para ser visto abaixo das nuvens vestidas de chuva. Levar as pernas para passear é como reunir o afeto do olhar, em busca de registrar encanto, com a curiosidade dos pés.
Por meio da realidade, também é possível escrever outras narrativas, e é quando saímos de casa que podemos apreciar os detalhes do acaso. Eu sempre me surpreendo com o quanto sair para caminhar é algo que pode mudar a nossa perspectiva sobre o dia, o presente e o que achamos conhecer. É feito um rito de passagem para o desconhecido que mora logo ali e, às vezes, não conseguimos perceber.
Eu gosto de pensar que sair de casa para caminhar e observar a cidade se parece com o momento de tomar banho em um rio. Após mergulhar, sempre há algo que muda dentro de nós. E isso nos faz ver a vida pela fluidez de outras águas também.
Qual foi a última vez que você se permitiu sair de casa sem um compromisso específico para além do desejo de ver a cidade em que mora e, assim, observar os arredores? Fazer isso, além de gerar mais leveza para os dias, é uma ótima forma de plantar sementes de imaginação e criatividade pelo caminho.
que lindo!
eu amo observar o movimento da cidade.
senti bastante falta disso durante a pandemia. e, olha, que no geral eu sou mais de ficar em casa. mas sair era/é sempre uma aventura e eu senti bastante falta.
bjs
feliz que você gostou, Jeniffer! :’) eu entendo, também sou mais de ficar em casa, mas senti muita falta disso.
e que coisa boa que é poder retornar pra cidade aos pouquinhos, né? ♥️
fica bem <3 beijos
Eu amo sair para passear assim também, só para observar. Quarta-feira, fui numa cidade vizinha fazer isso, mas diferente do que você descreveu eu não tinha memórias do lugar porque estava indo pela primeira vez. Mesmo assim, a gente reconhece, né? Embora seja completamente diferente, Tallinn me lembrou Olinda.
que legal isso, Tassia, as memórias podem aparecer para além do tempo e espaço que conhecemos 🥺 caminhar realmente traz muita coisa pra gente :’) espero que você faça mais passeios por aí! <3 beijos
Que experiência maravilhosa Priscilla! Olha, tem MUITO tempo que eu não saio por aí, só observando e flanando pela cidade. A gente vive sempre na correria, né? Já sai de casa com mil compromissos, mil coisas para resolver… Mas lendo o seu post me deu muita vontade de fazer justamente isso, passear sem compromisso, observando a vida das ruas. <3
Muito obrigada, Camila 🥹 simmm, separar um tempo pra fazer isso é um tipo de respiro em meio à pressa da rotina, né ❤️ espero q você se presenteie também com um momento assim! Beijos
esse post me deixou com muita saudade de sair por aí observando a rua e as pessoas. lindíssimo <3